19 de out. de 2008

Quero alguém

Não quero encontrar minha alma gêmea, quero encontrar alguém que não tenha medo de ser feliz, que aceite que não precisa ser perfeito, que entenda que ninguém é perfeito, que me aceite com todos os meus defeitos, e que se aceite como é... E que entenda que amar não é completar, mas respeitar e aceitar. Que não tenha medo de se mostrar como é, que não tenha pudores ao se mostrar frágil, que aceite meu apoio, meu colo, meus mimos... E que retribua isso quando eu precisar. Quero uma alma que não queira se vender, que queira apenas se doar. Não quero alguém com os mesmo gostos que eu, basta que respeite minhas particularidades, deixe-me ser o que sou sem implicâncias, e que não finja ser o que não é só para encantar. Quero alguém que entenda que na simplicidade encontram-se as mais ternas demonstrações de afeto. Alguém que saiba que amar não é ter certezas, mas sim cumplicidade. Quero alguém que me aceite como aceita a si próprio, sem preconceitos, sem mágoas e sem medo. Quero alguém que queira ser feliz ao meu lado, e que tenha consciência que todos podem e merecem ser feliz.

17 de out. de 2008

Rifa-se um coração

"Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque
que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração
que na realidade está um pouco usado,
meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e,
cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro,
eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece,
e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural.
Um coração insensato
que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida
que vive procurando relações
e emoções verdadeiras.
Rifa-se um coração
que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo
em nome de causas e paixões.
Sai do sério e,
às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos
que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado
indicado apenas
para quem quer viver intensamente
contra indicado para os que
apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo,
defendendo-se das emoções.
Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro
na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir.
Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens
e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e,
se recusa a envelhecer"
Rifa-se um coração,
ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito
que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.
Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras
que ainda não foi adotado,
provavelmente,
por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro
de comportamento até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração
que convence seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta."
Clarice Lispector

16 de out. de 2008

...

Sinto-me usada
Pelo mundo ignorada
E assim vou me fechando
No mundo que estou inventando

Neste mundo não existem corações partidos
E tampouco arrependidos
Na verdade não existem corações
Que é pra não existir afeições

Vou excluir dele também os sentimentos
Pois estes só me trarão tormentos
Talvez sem sentir
Eu possa um dia voltar a me abrir

Quem sabe me entregar novamente
Apesar de estar tão descrente
Que ainda se possa cultivar sem dor
A tal sementinha do amor

11 de out. de 2008

Sementinha

Céu azul, dia claro
O sorriso na face me entrega
A saudade pulsa forte no peito
E a ansiedade me corrói pela espera

A insegurança por não saber
Se uma segunda chance vai me permitir
Ver naqueles olhos tão lindos
O meu sorriso refletir

É estranho e ao mesmo tempo tão simples
Um sentimento puro que traz esperança
Pode mudar uma vida, um destino
E pensar que só queria apagar uma má lembrança

Queria poder vê-la, senti-la
O universo parece conspirar a meu favor
Pois uma sementinha está sento cultivada

Será esta a sementinha do amor?

Desejo

"O amor... É saber que mesmo distante, tens teu coração junto ao meu... É saber que tu podes penetrar no meu corpo, sem precisar me tocar... É sentir que estás perto, mesmo sem te enxergar..."

Quando me falas o que pensas
Meu coração quase sai pela boca
Quando me falas o que fazes
Me deixas louca

Quando imagino o que pensas
Quase vou à loucura
Quando imagino o que fazes
Vou ao delírio sem censura

Quando me contas que me deseja
Desejo-te com igual intensidade
Quando me contas como ficas
Perco-me em sua sensualidade

Quando me entregar a ti
Compreenderas o meu lampejo
Quando entregar-te a mim
Quero saciar-te todo desejo

Sentimento

Pra que esconder um sentimento que ainda existe
Se você fez com que toda dor do meu coração se extinguisse
Tudo que pra mim não tinha mais sentido
Agora aflora no meu coração adormecido

Às vezes nos deixamos influenciar por outros pensamentos
Mesmo sabendo que o coração guarda “aquele” sentimento
Sentimento que não se explica
E que só faz sentido quando a gente acredita

Acreditar é entregar-se sem medo e saber que é verdadeiro
É conseguir doar-se por inteiro
Não queria me entregar por medo de ficar aprisionada
Mas quando dei por mim já estava apaixonada

E foi então que me rendi a você
Senti dentro de mim um sentimento alvorecer
Hoje esse sentimento me corrói pela angústia da espera
De poder saciar essa saudade que de meu coração se apodera

Cada dia sem um sinal seu me agonia
Se me desses um segundo de atenção essa angústia acabaria
Mas a única coisa que posso fazer é esperar
E deixar essa agonia me ulcerar

Até o dia que enfim puder saciar todo esse desejo
De tê-la em meus braços e enchê-la de beijos
E olhando em teus olhos expor todo meu carinho
E entregar-te todo meu coração e não mais só um cantinho

10 de out. de 2008

Talvez as pequenas coisas

“É tão bom conhecer alguém aos poucos, cada dia uma surpresa, um pequeno detalhe esquecido na curva de um sorriso... E é tão bom saber que há sempre mais qualquer coisa para descobrir!” Porque nunca são as grandes coisas, são as pequenas que nos tornam tão nós, tão singulares na nossa vasta analogia...
Às vezes a minha maldita ansiedade me impede de desfrutar essas pequenas felicidades, ou por me embriagar de uma amaldiçoada enxaqueca latejante, ou simplesmente por não me permitir esperar pelo fabuloso desconhecido...
Então penso nas minhas pequenas coisas que talvez ninguém além de mim tenha reparado, talvez nunca tenha percebido que muito além de mim existe outro eu tão carente de pequenas coisas...
Carente talvez por doá-las demais a quem muito as tem, ou por esperá-las vir daquele que nunca as teve... Doar-se sempre talvez seja um lema meio ultrapassado num mundo onde não podemos ser puros de coração...
Mas todas essas pequenas coisas que refletem o que somos no íntimo, apesar de tão pequenas, são capazes de iludir corações, de enganar sentimentos... Talvez porque o que julgamos ser pequeno seja o que há de maior e melhor em nós...

Anseio

Ah esse querer...
Querer teus beijos
Querer teu abraço
Ah como anseio
Por esse enlaço

Ah essa saudade
Saudade que machuca
Saudade que transborda
Quase fico louca
E nada mais me importa

Ah esse desejo...
Que quer teus lábios
Que quer teu corpo
Me dá calafrios
E traz certo desconforto

Ah essa espera
Espera que me agonia
Espera que me mata
Pra ter sua companhia
E acabar com essa angustia ingrata

9 de out. de 2008

Como escrevo

As palavras são desconexas
O que vem a mente eu escrevo
Pois sei que ela vai saber
Que se não for assim não me atrevo

Se é simples ou complexa
Se segue ou não as normas poéticas
Não me importo, pois tudo que quero
É por em prática minha dialética

Eu

Não sou diferente, mas também não sou igual, sou apenas eu. Você não me conhece e nunca vai me conhecer, pois sou pra mim, existo pra mim. Sou inconstante. Crio meus objetivos. Minto a mim mesma. Apego-me, entrego-me, mas sofro só. Meus problemas são meus, minhas vitórias são minhas, meus medos supero sozinha, meus sonhos só eu posso torná-los reais. Vivo o hoje, o amanhã viverei se chegar, o ontem deixou de existir....

Olá!

Há algum tempo criei um blog p/ postar meus textos, mas diante da minha falta de conhecimento p/ administrá-lo, este foi excluído e com ele muitos textos se perderam, se este vai ser excluído e os textos perdidos novamente eu não sei, mas resolvi postar algumas coisas que tenho guardadas e novas coisas tbm...
Sejam bem vindos!